O Dia Mundial do Banheiro, celebrado no dia 19 de novembro, é uma data marcada pela reflexão e conscientização sobre a precariedade dos serviços de saneamento básico ao redor do mundo. Criada pela ONU, a data é um lembrete poderoso da importância de algo tão essencial, mas que ainda é inacessível para milhões de pessoas: o acesso a banheiros adequados. No Brasil, essa realidade se torna especialmente crítica quando analisamos os dados fornecidos pelo Instituto Trata Brasil.
O saneamento no Brasil
No Brasil, a falta de saneamento básico afeta diretamente a saúde, a dignidade e a qualidade de vida de milhões de pessoas. Dados do Instituto Trata Brasil revelam que mais de 90 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto, o que representa quase metade da população nacional. A ausência de coleta e tratamento de esgoto resulta em contaminação ambiental, degradação dos recursos hídricos e um aumento significativo dos riscos de doenças.
A Privação de banheiros e suas consequências
A falta de acesso a banheiros adequados é uma realidade alarmante no país. Cerca de 4,4 milhões de brasileiros não tinham acesso a banheiros privativos em 2022, expondo uma parte significativa da população a condições indignas de higiene. A privação de banheiros resulta em uma probabilidade 12,1% maior de contrair doenças de veiculação hídrica, como diarreia e hepatite, e uma chance 11,6% maior de desenvolver doenças respiratórias. Essas doenças estão diretamente relacionadas à falta de higiene e saneamento, afetando principalmente as populações mais vulneráveis.
Uma questão de saúde pública
Os dados revelam que o saneamento básico não é apenas uma questão de infraestrutura, mas de saúde pública. A ausência de banheiros e de coleta de esgoto resulta em um impacto direto na saúde da população, aumentando o número de internações hospitalares e a mortalidade infantil. A melhoria no saneamento poderia evitar milhares de casos de doenças, reduzir os custos com saúde pública e melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.
Muito além dos números: a luta por direitos humanos
O Dia Mundial do Banheiro nos lembra que o acesso ao saneamento é um direito humano fundamental, previsto pela ONU. Ainda assim, no Brasil, essa é uma realidade distante para muitos. A desigualdade no acesso a serviços básicos de saneamento reforça as disparidades socioeconômicas, afetando especialmente as regiões Norte e Nordeste e as áreas rurais, onde a cobertura de esgoto é significativamente menor.
O caminho para a evolução
Para que o Brasil avance na questão do saneamento, é necessário um compromisso conjunto entre governos, sociedade civil e iniciativa privada. A expansão da infraestrutura de coleta e tratamento de esgoto, a educação sobre a importância do saneamento e a implementação de políticas públicas eficazes são passos fundamentais para reduzir as desigualdades e garantir o acesso a um direito básico.
O Dia Mundial do Banheiro é uma oportunidade de reflexão
Neste 19 de novembro, Dia Mundial do Banheiro, é importante refletirmos sobre os dados alarmantes que ainda persistem e cobrarmos avanços efetivos. O acesso ao saneamento não deve ser privilégio de poucos, mas um direito garantido a todos. Enquanto milhões de brasileiros ainda enfrentarem a precariedade, a luta pelo saneamento continua sendo uma prioridade.