O grande desafio no saneamento, além de levar água com qualidade e continuidade a toda população, é completar o ciclo do seu uso de maneira sustentável e devolvê-la ao meio natural, no mínimo, na mesma condição que a retiramos. Essa responsabilidade cíclica é indissociável e solidária. Água e esgoto são duas faces de uma mesma moeda. Esgoto é água poluída por quem a usou. Não deveria ser autorizado retirar água do meio ambiente sem a responsabilidade de devolvê-la na mesma qualidade.
No entanto, praticamos de maneira irresponsável a quebra desse ciclo ao longo da última década. E ainda assim, gestores públicos insistem em dizer que possuem o atendimento de água equacionados, sendo “somente” o esgoto os seus problemas em saneamento.
Se queremos universalizar o saneamento temos que mudar a nossa maneira de abordar o problema. Uma autarquia ou companhia pública não pode se apresentar como um operador eficiente e sustentável fornecendo somente água para a população. Os responsáveis por esse serviço público precisam reconhecer esse equívoco histórico e buscar soluções sustentáveis para o ciclo completo da água.